Você vê onde estou agora? Em que idade?
Você sabe, pássaros estranho voam em meus sonhos
Porque, ainda sou muito novo para pensar em tumba
mas muito velho para contar estrelas
Escuta o silêncio, esse som? O tempo chega.
Zumbe e perturba na noite, arrepia como cobra
Não comece agora com assuntos sérios
venha, aconchegue-se e fique bem...
E sirva mais uma aos perpétuos culpados,
aos balanceadores,
não tenha medo, eu tenho um gole considerável
Sirva mais uma aos fundidores cansados
aos proletários
esta noite o terceiro turno paga a dívida de alguém
Em breve um novo dia nascerá, mais um feriado
Todos são azuis como um sonho, todos são iguais
Você costuma acordar às seis, só quando precisa
quando você tem que ir pra estrada ou a um exame...
E sirva mais uma...
Às vezes também busco pelo velo de ouro
Talvez eu sonhe com fumaça, fogo e aço
Você não se culpa por isso, mas eu te amo muito.
Agora venha, me dê um grande beijo antes de dormir...
E sirva mais uma...
E sirva mais uma aos perpétuos culpados,
aos balanceadores,
sirva mais uma aos meus amigos
Sirva mais uma aos fundidores cansados
aos proletários, sirva mais uma para o terceiro turno...