E o por-do-sol anela-se de verde novamente,
E as pupilas se estreitam novamente,
Como lâminas se entrelaçam,
Trançam-se vermelhas de tão quentes.
Quando o Sol vai à Casa do Cão dançar,
A Lua vai à Casa do Lobo,
Pela espinha correm as agulhas
Uma fumaça amarga anuvia os olhos.
Eu te rasgarei
Em noventa e nove feridas
Eu te retribuirei
Em cheio até a Lua Cheia
Eu aquecerei com o seu sangue
A sua face faminta, o seu templo gelado,
Não se atreva a vir à minha casa, Lua.
Eu não lhe darei os meus filhos,
Nem desperdice sua chama alva
Vá embora, Lua, pedra gelada
Nós não esperávamos ter visitantes
Eu rasgarei o coração da Lua,
Para me apossar de sua alma,
Eu me tornarei a Lua Lupina
Na fronteira entre a noite e a Primavera.
Eu te rasgarei
Em noventa e nove feridas,
Eu te retribuirei
Em cheio até a Lua Cheia,
Eu aquecerei com o seu sangue
A sua face faminta, o seu templo gelado,
Não se atreva a vir à minha casa, Lua.
E as colinas estão a se fechar novamente
E eu decerto estou doente
E eu decerto sou a Lua,
Rainha do Ar e das Trevas.
Eu te rasgarei
Em noventa e nove feridas,
Eu te retribuirei
Em cheio até a Lua Cheia,
Eu aquecerei com o seu sangue
A sua face faminta, o seu templo gelado,
Não se atreva a vir à minha casa,
Não se atreva a vir à minha casa, Lua.