Ouve-me, uma meia cantora
Fala de mim, aos que amas, aos teus amigos
Sobre esta rapariga com olhos pretos e sonhos loucos
Só quero escrever histórias que te alcancem
e é tudo
Cá está, cá está, cá está, cá está quem eu sou
Cá estou, e ainda que esteja exposta, tenho medo, sim
Cá estou tanto no barulho como no silêncio
Olha para mim, ou pelo menos para o que resta de mim
Olha para mim, antes que me odeie
Que posso eu dizer-te que outros lábios não possam?
Não é muito, mas tudo o que tenho, pu-lo lá
Cá está
Cá está, cá está, cá está, cá está quem eu sou
Cá estou, e ainda que esteja exposta, é o fim
É a minha boca, é o meu grito, mas não importa
Cá está, cá está, cá está, cá está
Eu, o meu sonho, a minha inveja, é assim que morro, é assim que rio
Cá estou tanto no barulho como no silêncio
Não vás, imploro-te que fiques por muito tempo
Pode não me salvar, não
Mas não sei o que fazer sem ti
Ama-me como se ama um amigo que partiu para sempre
Quero ser amada porque não sei como amar os meus contornos
Cá está, cá está, cá está, cá está quem eu sou
Cá estou, e ainda que esteja exposta, é o fim
Cá estou tanto no barulho como na fúria
Olha para mim, finalmente, olha-me nos olhos e nas mãos
Tudo o que tenho está aqui, é a minha boca, é o meu grito,
Cá estou, cá estou, cá estou
Cá está
Cá está
Cá está