(Ele):
Quando eu casei contigo
Quando eu casei contigo
Eu vivia descansado
Tu esposa, eu marido
Dei amor e fui amado
Agora já corro perigo
Eu ando desconfiado
(Ela):
Eu não fujo do teu lado
Eu não fujo do teu lado
Que eu por ti tenho respeito
Eu vou ter-te sempre guardado
Cá juntinho do meu peito
Mas se tu me tens trocado
Eu tenho o mesmo direito
(Ele):
Quem se casa está sujeito
Quem se casa está sujeito
A um erro cometer
Basta acabar o respeito
Olha os cornos a nascer
Aquilo que eu tenho feito
Ninguém o há de saber!
(Ela):
O que for há de se ver
O que for há de se ver
O meu cantar é eterno
Também hás de compreender
A minha vida, eu governo
É por causa do prazer
Que tu vais ir para o inferno!
(Ele):
No verão e no inverno
No verão e no inverno
Tanto tenho trabalhado
Se eu sou madeira de cerno
E tenho-me aguentado
Tu é que és o meu inferno
Eu vivo crucificado
(Ela):
O futuro e o passado
O futuro e o passado
Está na sorte e o azar
Não me encostes à mureira
E podes acreditar
Lá diz o velho ditado
"Quem não deu não tem pra dar"
(Ele):
Eu estou quase a terminar
Eu estou quase a terminar
Oh Maria do Sameiro.
Tu sabes que eu a cantar
Sou um raposo matreiro
E com respeito a montar
Eu sou um bom cavaleiro!
(Ela):
Tu és um bom rogadeiro,
Tu és um bom rogadeiro,
Que cantas à desgarrada,
Tens cara de putanheiro, (Ehhh láaaaa!)
Não me servias pra nada.
Tu não sobes ao poleiro,
Que já não tens pedalada!