Sobre as noites frias,
Sobre as cidades grandes
Você voa até mim.
As roupas se espalham,
As esperanças se desfazem
Lá no alto.
Você vê lá embaixo, nos telhados,
O vento vagante¹ procura
Um lugar para dormir.
Os cartazes² molhados congelam
E a terra respira com o asfalto
Espera a primavera.
Ontem você estava tão cansado...
Ontem você voltou no fim dia...
Por muito tempo você olhou a chuva*, bateu na janela
Mas não me encontrou...
Por muito tempo você olhou a chuva, bateu na janela
Mas não me encontrou...
Com o céu fechado³ nos ombros,
Diferenciando as silhuetas,
Eu vou através do medo.
Milhões de linhas finas,
A cidade se encontra numa teia branca
Até o amanhecer.
Todo olhar é indiscreto,
Penetra na pele
É um sinal.
Eu tenho medo de, em meio aos transeuntes,
Não te reconhecer mais.
Ontem você estava tão cansado...
Ontem você voltou no fim dia...
Por muito tempo você olhou a chuva*, bateu na janela
Mas não me encontrou...
Por muito tempo você olhou a chuva, bateu na janela
Mas não me encontrou...