Sol, diga-me, para que eu preciso da luz? Meu amado se foi ontem.
Cale-se, guizo entalhado da lua, nos meus verdes prados.
Ah, chamou-o para cima consigo a mulher de prata
Com um aceno da cabeça com chifres decorados com pinturas.
Devolva-me a minha alma1, oh alma da montanha bicorne!
Qual é o sacrifício agradável à coroa dos teus picos?
Eu darei um touro, cujos cornos são recurvados e agudos,
Como a foicinha com a qual tu fazes a colheita dos nossos homens.
Aflição-montanha, sol-lua, meu amado se foi ontem.
Haverá uma mulher de prata, recurvada e aguda.
Eu continuei fiando, eu não dormi, eu matei o tempo, de noite até de manhã,
Tu também és fiandeira, aflição-montanha, eu serei a tua irmã.
Eu continuei fiando, eu não dormi atrás da roda de fiar, de noite até de manhã;
Tosquiaram as ovelhas celestiais em silêncio duas lâminas de gelo.
Rasgando em pedaços no seu pente negro de rochas – tu também és fiandeira, montanha?
Teceria uma túnica para ele, para que não congelasse nos teus abraços.
E se eu não aguentar esperar e morrer antes do prazo, montanha,
Eu me transformarei num anjo das trevas, sim, sob uma asa de prata,
Sob a curva da pena, recoberta de gelo, eu serei a tua irmã,
E poderei ficar de pé eternamente atrás do ombro direito dele.
Aflição-montanha, sol-lua, meu amado se foi ontem.
Haverá uma mulher de prata, recurvada e aguda.
Eu continuei fiando, eu não dormi, eu matei o tempo, de noite até de manhã,
Tu também és fiandeira, aflição-montanha, eu serei a tua irmã.
Eu darei um touro, chifres de ouro, cuja conduta é rígida.
Para que eu quero um braço, em vez de uma asa de gelo azul?
De noite, no céu, você teceu sozinha nuvens macias,
Aflição-montanha, sol-lua, meu amado se foi ontem.
1. No sentido de "o meu amor, o meu amado