É uma ferida que não vai curar
Banhada pela mesma lágrima
Como ele, junto a ele, entre milhares
De folhas que caem
Não tem terra nem identidade
Nem um passaporte para a liberdade
Como ele, junto a ele, entre milhares, em silêncio
Procurando e sonhando
Com um tempo no qual viveremos
De coisas normais e docíssimas
Um tempo de não ver medo
Um dia ele chegará e aí
Nevará
Nevará muito lentamente
E não me diga que você não se importa
Mulheres, homens, todos são iguais
Como você, como você, todos seguimos
Nós somos tantos, procurando pelo destino
E seguimos o caminho, assim
Procurando e conquistando
Um tempo no qual viveremos
De coisas normais e docíssimas
Um tempo de não ver medo
Um dia ele chegará e aí...
Um tempo que você não vê agora
Pois quando ele chegar, você verá
O céu se abrir
E um novo dia nascer
Que o céu vai abrir
E um novo dia nascerá
E um novo dia nascerá