Olá tu, animal cansado
Ficaste sozinho, não segues o bando
Danças tango enquanto todo o mundo
Move o corpo sobre um tempo que faz Tikibombombom
Ei tu, alma indefesa
Contas todas as vezes em que te rendeste
Estendida ao fio teso das outras opiniões
Te agitas no vento de quem não tem emoção
Nunca mais, é melhor estar sós do que acompanhados
De almas sem sonhos
Prontas a levar-te consigo, abaixo consigo
Lá baixo, entre cães e porcos
Filhos de um Deus menor pronto a nos golpear
Para levar-nos abaixo consigo, abaixo consigo
Nós somos luzes de uma outra cidade
Somos o vento e não a bandeira, somos nós
Nós somos os últimos da fila
Somos terras jamais vistas antes, só nós
Olá tu, aberração da classe
Mariquinha vestido com esses strass
Sê macho, te imploro, insisto
Faz-te o sinal da cruz e renuncia a Mefisto
Ei tu, alma em revolta
Esta tua vida tua nunca se apercebeu
Culta de surpresa, demasiado culta
Demasiado absorta, aquela saia é curta
Nunca mais, é melhor estar sós do que acompanhados
De almas sem sonhos prontas a levar-te consigo, abaixo consigo
Nós somos luzes de uma outra cidade
Somos o vento e não a bandeira, somos nós
Nós somos os últimos da fila
Somos terras jamais vistas antes, só nós
Nós somos anjos quebrados à metade
Somos igrejas abertas tarde da noite, somos nós
Nós somos luzes de uma outra cidade
Somos o vento e não a bandeira, somos nós
Nós somos os últimos da fila
Somos terras jamais vistas antes, só nós
Nós somos a âncora e não a vela
Somos o amém de uma prece, somos nós
Olá tu, animal cansado
Ficaste sozinho
Não segues o bando
Danças tango enquanto todo o mundo
Move o corpo sobre um tempo que faz Tikibombombom