Eu vi as marcas no anoitecer,
Na poeira do sol,
No silêncio do sangue
De um viajante sem sono.
Ele está sozinho, cercado de luz,
Em algum lugar, muito longe do mar.
As pessoas o chamam Solidão,
Ele é muito duro e muito orgulhoso,
Empurrado pelos ventos ardentes,
Ele vem do interior
Maranhão e sol de ferro,
Sua canção é particular.
Eu cruzei esse cavaleiro,
Vestido de couro e de cruzes,
Vindo das terras queimadas
Do Piauí até o Ceará.
Ou então, era sua lenda
Inventada na Serra Grande
Os coroneis sangrentos
Ditam a lei dos mais fortes.
Quantos séculos porém
Passaram sem nenhum remorso,
Sem nenhum grito, sem nenhum comentário.
E sempre esse senhor de guerra.
As pessoas o chamam Solidão,
Ele é muito duro e muito orgulhoso,
Empurrado pelos ventos ardentes,
Ele vem do interior
Maranhão e sol de ferro,
Sua canção é particular.