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Sobrevivente lyrics
Sobrevivente lyrics
turnover time:2024-11-15 08:01:30
Sobrevivente lyrics

Sangue pra sua sede

Ódio na sua rede

Seus ouvidos têm paredes

E as mentiras travam a sua visão

Tempos sombrios, peitos vazios

Você foi estrangulado quando o ar ficou pesado dentro do pulmão

Sopro de vida mal agradecida

Do parto à partida, nossa presença aqui devia ser uma missão

Se a vida é um sopro, eu abro a janela

Se o mar é de lama, eu uso as minhas velas

E busco a luz no fim da escuridão

Vou me libertar da escravidão da mente

Exalar o que é impuro do meu coração

Mas não quero a liberdade isoladamente

Liberdade vigiada é ilusão

A calamidade, a banalidade

A dignidade já ficou no chão

Chove impunidade

Quando a lama invade, morre uma cidade, morre uma nação

Anestesiados pelas novidades vistas pelo Insta ou na televisão

Nós compartilhamos nossa insensibilidade quando atrocidade vira diversão

O suicida estava prestes a pular

As pessoas se apressaram pra pegar o celular

As memórias estavam cheias e pediram pra esperar

Por favor, não pule agora, nós queremos te filmar!

Ele ouvindo lá de cima não entendia bem

E não reconheceu ninguém na rua

Mas achou que aquela gente lhe queria bem

E que aquela dor não era mais só sua

Desistiu de desistir, retomou a calma

E todos foram embora quando ele desceu

O silêncio aliviou a sua alma

E o milagre foi que nada aconteceu

Deus 'tava vendo um jogo lá no céu

Um anjo deu caneta e o outro deu chapéu

Não sei se era um menino do Flamengo

Ou qualquer outro adolescente da Rocinha

Da Mangueira ou do Borel

Quantas mães em desespero choram nos seus travesseiros

Toda noite um pesadelo

Quantas mais farão apelos pela justiça divina

Já que a justiça não veio

Pânico, assalto, chacina, estupro, arrastão, tiroteio

Pra eles não importa, gente viva ou gente morta

É tudo a mesma merda

Os velhos nas portas dos hospitais

Crianças mendigando nos sinais

Pra eles, nós somos todos iguais

Operários, empresários, presidiários e policiais

Nós somos os otários ideais

A paz é contra a lei e a lei é contra a paz

Essa tribo é atrasada demais

A morte é banal

Nos filmes, nos games, na vida real

Matar é normal

Na sala de aula em Suzano e na verba roubada por baixo dos panos

Preconceito racial, social

Intolerância religiosa, sexual

E os poderosos alimentam a ignorância

Que sustenta a sua ganância e tudo fica sempre igual

Sangue pra sua sede

Ódio na sua rede

Seus ouvidos têm paredes

E as mentiras travam a sua visão

Tempos sombrios, peitos vazios

Você foi estrangulado quando o ar ficou pesado dentro do pulmão

Sopro de vida mal agradecida

Do parto à partida, nossa presença aqui devia ser uma missão

Se a vida é um sopro, eu abro a janela

Se o mar é de lama, eu uso as minhas velas

E busco a luz no fim da escuridão

Me libertei da escravidão da mente

Derrubei o muro que separa a gente

Professores são heróis diariamente

Obrigado por plantar essa semente

Na mudança do presente, eu moldo o futuro

Essa lama não vai ser maior que a gente

Vou em frente porque o meu amor é puro

É o abraço do bombeiro com o sobrevivente

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