Quem pela estrada vai, pela estrada morre
Sob os rodoanéis das cidades
E do Policlinico a Verano
Toda vida toca a caminhada
De Jerusalém ao Vaticano
Todos aqueles que se ajoelham
Levantem-se e dancem na contramão
Esta nova rumba mágica.
Rumba, rumba mágica. Rumba, rumba mística.
Mulher vitalista. O que será?
Rumba, rumba boneca. Se sofrer, baile.
Se a estrada é lívida, por sorte existe o amor.
Quem pela estrada vai, pela estrada morre
Sob os açoites do Paxá
Sob as anáguas das freiras
Está sepultada a felicidade
Nas heras está o engodo do verão
E o vento, que de tudo sabe, passa e se vai
Leva junto as lagrimas das noivas
Por entre os barracos desta cidade
Rumba, rumba mágica. Rumba, rumba mística.
Mulher vitalista, rumba!
Rumba barulhenta. Rumba, rumba holística.
Se a vida é trágica, esta noite dançarei.
Seixos para quebrar cabeças
Árvores para colher a peste
O céu descosturou o seu casaco
Sobre a lâmina da grande cabana
A prostituta cria os filhos como uma cãibra
O tempo é uma relâmpago que não dá escapatória
Se te pegar, te tira da festa
Mas também acaba com sua dor de cabeça
Gritando pela noite como hienas
De dia dizem que está tudo bem
A rainha Elizabeth tem um filhote de rato
Que lhe morde quando brinca escondida
Mustafá tem uma dentição toda de ouro
Cada dente sete anos de cadeia
Sua filha que trabalha de garçonete
Aguarda e espera na vermelhidão da tarde
Rumba, rumba mágica. Rumba, vitalista.
Mulher, mulher mística. Rumba, rumba mágica.
Rumba, rumba mística. Mulher vitalista.
Rumba, rumba mágica.