Quebrar o granito como se quebraria açúcar, rochas de açúcar
Admirar com os olhos arregalados o azul-esverdeado vibrando no ar
Ver através da janela do trem, as primeiras chaminés megalíticas *
Pela janela entreaberta, voltar à Bretanha**
Inspirar profundamente o cheiro do iodo e do estrume molhado
E sentir minha visão turvar-se, voltar à Bretanha
Ver as árvores passando, ver os vilarejos de minha infância, de minha infância
Horizontes amados, lembranças que vão voltando enquanto passo
É aqui onde eu perseguia os cabelos vermelhos e fujões das meninas
Em meus sonhos, em meio a garoa ao longo da península
Deus como é bom voltar à este lugar onde minha memória vive
Rever os nomes do país, voltar à Bretanha
Conheci muitos lugares em nossa Terra, na Terra
Aprendi a amar o Universo, odiar as fronteiras
Será que existe alguma razão para sentir vergonha se meu coração é tomado pela emoção?
Quando meus pés tocam o chão familiar, na terra da Armorica***
Quanto à garota de olhos azuis-escuros, se vocês à verem por aí
Digam-lhe que eu voltei à Bretanha