O meu fado
É um mastro
Uma torre;
Uma cruz de fogo
Que sempre me dói.
Que tempo nos dão
Se a pátria-canção
É barco à deriva
Sem mar, sem herói?
Tanto bate
Na pedra mais dura
A água mais pura
Do meu coração,
Que o tempo me diz
Ao ser aprendiz:
O amor, afinal, nunca será em vão.
Ô meu Deus
O que fizeram os homens?
Secaram teu rio-mãe,
Profanam teu ser...
Silêncio nos Céus!
Deus emudeceu
E o Seu novo canto fará renascer!