Que amor não me engana
Coa sua brandura
Se, da antiga chama,
Mal vive a amargura?
Duma mancha negra,
Duma pedra fria,
Que amor não se entrega
Na noite vazia?
E as vozes embargam
Num silêncio aflito;
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito!
Muito à flor das àguas...
Noite marinheira,
Vem devagarinho
Para a minha beira.
Em novas coutadas,
Junto duma hera,
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera.
Assim tu souberas,
Irmã cotovia,
Dize-me se esperas
Pelo nascer do dia?
E as vozes embargam
Num silêncio aflito;
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito!
Muito à flor das àguas...
Noite marinheira,
Vem devagarinho
Para a minha beira...