[Pierre Lapointe]
Fique aí, sem se mover
Até a beleza fenecer
Até que terminem os espasmos
Que nossos corpos nos impõem.
[Clara Luciani]
Nos fluídos do quarto,
No silêncio do abandono.
Nós tentamos nos convencer
De que não foi assim tão bom.
[Pierre Lapointe e Clara Luciani]
Quando dois corpos se encontram,
E trocam suas confidências,
Quer sejamos por eles ou contra,
Em suma, o que é que podemos fazer?
[Clara Luciani]
Nós permaneceremos imóveis,
Dóceis como estátuas de mármore,
Sem poeira, nuas e frágeis
Em que as pessoas não reparam.
[Pierre Lapointe]
Quer o amor dure uma vida,
Quer morra ao fim da noite,
Esta noite, você será meu tesouro,
A extensão do meu corpo.
[Pierre Lapointe e Clara Luciani]
Quando dois corpos se encontram,
Fazem suas confidências
Quer sejamos por eles ou contra,
Em suma, o que é que podemos fazer?
[Clara Luciani]
Quer você fique ou se vá,
Quer seja grandioso ou banal,
E daí se nossas vidas se descarrilarem?
[Pierre Lapointe]
Quando meu corpo está contra o seu,
Eu me esqueço que um dia nós nos magoaremos,
Eu não dou a mínima para o ontem, o amanhã.
[Pierre Lapointe e Clara Luciani]
Quando dois corpos se encontram,
Fazem suas confidências,
Quer sejamos por eles ou contra,
Em suma, o que é que podemos fazer?
Quando dois corpos se separam,
Dizem seus "adeus",
Quer sejamos por eles ou contra,
Em suma, o que é que podemos fazer?
Em suma, o que é que podemos fazer?