Quantas vezes nós sorrimos sem vontade,
Com o ódio a transbordar no coração,
Por um simples dever da sociedade,
No momento de uma apresentação.
Se eu soubesse, que em tal festa te encontrava,
Não iria desmanchar o teu prazer,
Porque se lá não fosse, eu não lembrava,
Um passado, que nos fez tanto sofrer.
Lá num canto, vi o meu rival antigo,
Ex-amigo,
Que aguardava o escândalo fatal.
Fiquei branco, amarelo, furta-cor,
De terror,
Sem achar uma idéia genial.
Lembro ainda que ficamos, de repente,
Frente à frente,
Naquele instante, mais frios do que gelo,
E sorrindo, apertaste a minha mão,
Dizendo então:
"Tenho muito prazer em conhecê-lo"
Quantas vezes, nós sorrimos sem vontade...
Eu notei que alguém, impaciente,
Descontente,
Ia mais tarde te repreender.
Ciumento até nem quis saber
Que mais prazer
Eu teria em não te conhecer.
"Tenho muito prazer em conhecê-lo"