Pequena Émilie, 6 anos e meio,
É a filha única de uma família reconstruída,
Uma mãe para quem ela é toda a sua vida
E um sogro que a ama como se ela fosse dele
Tão amável, tão bonita, olhos que enfeitiçam
Para os da sua mãe, era a menina
Elas não podiam viver uma sem ela
A sua relação tornara-se mais do que fusional.
Pequena Émilie tem 8 anos passados,
Nada mudou, menos que mudou de casa
Acabou o campo isolado
Ela vive agora na cidade, pois a sua mãe foi transferida
Uma nova escola, novos amigos,
Não tomou muito tempo a adaptar-se a esta vida,
Do alto dos seus 8 anos, podemos dizer que ela é feliz
Pois tudo vai para o melhor para Pequena Émilie
Pequena Émilie, aos 10 anos, tinha-se
Tornado uma menina feliz
Podemos dizer que a escola lhe agradava
Boa aluna para mãe, era um orgulho
Um pouco gorducha, boas pequenas bochechas
Ela sofre as críticas de alguns ciumentos
Frente aos professores, chamavam-na "engole-tudo"
Mas só são crianças, afinal.
Pequena Émilie tem 12 anos agora,
Adolescente retraída ao prejuízo da sua mãe,
Acabou a cara bonita sorridente
É uma rapariga sombria que se tornou atualmente
É preciso dizer que no colégio, todo mudara
Muitos alunos só faziam zombar,
Em todo o lado, sentia-se rejeitada,
Ora espancada e ora injuriada.
Perguntava-se como fazer face,
Tornara-se um boneco nas mãos da classe,
Nas redes sociais, chamavam-na "a nojenta",
Fotos dela rodavam mostrando a barriga que ultrapassa,
Não sabendo como fazer,
Nem como reagir a este inferno,
Por vergonha e não querendo assustar a sua mãe,
Pequena Émilie decidiu calar-se.
Mas uma noite de Dezembro,
Pequena Émilie voltou para casa dela desnudada
Os seus camaradas, todos juntos,
Tinham-na aprisionado no vestiário para a encher de água
Era muito demais para ela,
Muito demais que não possa ainda aguantar,
Então estendeu as suas alas,
E tomou a sua decolagem para a paz...