Eu já desconfiava quando tu chegavas tarde p'ra jantar
E se em qualquer conversa dizias depressa: Estive a trabalhar
Tu sentavas-te à mesa e com safadeza mentias p'ra mim
E eu ia no teu jogo e punha as mãos no fogo que não era assim
Por isso sai, sai da minha vida, vai, não quero sofrer
Sai que eu morro de ciúme, ai, desse perfume da outra mulher
Por isso sai, sai da minha vida, vai, não te quero ver
Sai sem nenhum queixume e leva o perfume da outra mulher
E os telefonemas, cartas e poemas que eu também li
E aquele retrato que ao limpar teu fato, ai, eu descobri
Sim, os sonhos agitados que tinhas a meu lado dizendo sem fim
O nome de quem tu amavas, por ela chamavas mesmo ao pé de mim
Por isso sai, sai da minha vida, vai, não quero sofrer
Sai que eu morro de ciúme, ai, desse perfume da outra mulher
Por isso sai, sai da minha vida, vai, não te quero ver
Sai sem nenhum queixume e leva o perfume da outra mulher
Eu já sabia tudo, mas tu lá no fundo pensavas que não
Nem sequer disfarçavas as marcas deixadas no teu jaquetão
Sim, as madeixas negras que hoje ainda negas, mas que eu te digo
Que são, são da mesma dona desse novo aroma que trazes contigo
Por isso sai, sai da minha vida, vai, não quero sofrer
Sai que eu morro de ciúme, ai, desse perfume da outra mulher
Por isso sai, sai da minha vida, vai, não te quero ver
Sai sem nenhum queixume e leva o perfume da outra mulher
E leva o perfume da outra mulher
Por isso sai...