Em meus lençóis de crisântemo
A aurora pena em me sussurrar
Docemente seu réquiem
Seus poemas adorados
Em meu leito, lá, de granito
Eu decomponho minha vida
Ofensas ilícitas, desejos
A esperança, o nada e o tédio
Mas para sempre
Pelo meu amor
Deixe-me meu
Paraíso morto
Grande confusão, encaracolada
Paraíso abandonado
Sob a lua, jazendo aqui
Paraíso artificial
Deletério, eu abandonada
E morrer por ser mortal
Morrer por ter amado
Amarmorada nesta cama de estrelas
Não vou ler nada essa noite
Não falarei mais, nada melhor
Que adormecer nos lençóis
Da escuridão
É a sombra, o além-túmulo
É o mundo que se desfaz
O epitáfio terá a audácia
De responder à minha dor