Quilômetros
Transformam-se depois de anos
Em fitas de cinema
Que jazem na mesa de montagem
Continentes
Vão lhes aplaudir
Até o nascer do sol
Assim que a Terra se cerca de novo de oxigênio
Que basta a todos que sabem respirar
Ano a ano
Ficaremos para hibernar
Ficaremos para hibernar
Ficaremos para hibernar
A água congelou
Faremo-la em cacos
Um cumprimento
E obrigado a todos que piscaram
Uma luz distante
Recebendo um sinal em resposta
Neste verão
E assim amam se arriscar
Caiu mercúrio
E a folhagem atrás da janela
De farfalhar parou
E os dois sob um
Edredom de ceda
Ficaremos para hibernar
Ficaremos para hibernar
Ficaremos para hibernar
A água congelou
Faremo-la em cacos
Hibernar
Hibernar
Hibernar
Como um oceano
Mergulhando de cabeça na areia
Como uma caravana
Nunca terminar de ler essas linhas
É até mesmo estranho
Eu não sei o que dizer
Muito breve
Nós desapareceremos das telas
Dos monitores coloridos
Levam alguém pela entrada do prédio
De ambulância
Ficaremos para nos arriscar
Ficaremos para nos arriscar
Ficaremos para nos arriscar
A água congelou
Faremo-la em cacos
Hibernar
Hibernar
Hibernar
Não dormir
Não dormir
Não dormir
Não dormir