Anda o vento a bailar com o mar
E a bailar com o meu pensamento
Já nada fica no mesmo lugar
São tantas vozes no mesmo momento
E o vento não pára, arrasta a tormenta
Semeia o vazio no meu corpo dormente
Sedento devora a razão que o enfrenta
Engana a memória e mascara o presente
Onde vais
Ó meu amor
Vê lá não te afastes para longe demais
Perdido nos braços
Do vento enganador
Tremenda é a força do vento no mar
Tamanho o ruído no meu pensamento
Procuro o silêncio e enfim devagar
Contemplo a cadência profunda do tempo