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O Enjeitado lyrics
O Enjeitado lyrics
turnover time:2024-12-28 16:57:36
O Enjeitado lyrics

Agora sei onde e de quê irei morrer:

À beira do Tejo, de suas margens

Macilentas e inclinadas.

Nada é mais belo e triste

E a existência sublime e lenta.

De tarde vagueio pelos prados

E à noite ouço o queixume dos fados

Até romper a madrugada.

- "A vida é imensa tristura" -

E logo sinto as amarras desse mal.

Um deles ouvi cantar

E minha tristezza tornou-se em pesar:

“Nada me consola além da dor.

Mais não tenho que este meu fado

P’ra me encher a noite, sem amor.”

Aqui, de nada serve morrer,

Onde tudo se perde na volúpia da dor:

Lisboa, outrora cidade das cidades,

Arrasta o passado no presente,

E vê nas ruínas uma glória que mente.

Por essa miragem me encantei;

Também eu descobri e conquistei,

Para afinal, de tudo ser perdedor

Morrendo na lentidão da corrente,

Junto à campa do mais nobre

Dos sonhos: “tudo é dor”.

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Cristina Branco
  • country:Portugal
  • Languages:Portuguese, Spanish, French, English
  • Genre:Fado
  • Official site:https://en.wikipedia.org/wiki/Cristina_Branco
  • Wiki:https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristina_Branco
Cristina Branco
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