Somos o silêncio do seu bem estar
Da sua alegria plastificada
Quando a felicidade ameaçar fugir
Prenda a respiração e não a deixe sair
Não saia!
Não perca a próxima atração
Agrupe nossas características
E nos separe por vagas de emprego
Agora, o dia é meu!
E eu dou ele pra quem eu bem quiser
Agora, o dia é meu!
E eu dou ele pra quem eu bem quiser
Meu dedo médio não tem modos
Eu sou amigo de todos os meus dedos
Não nos confunda, não somos a fartura barulhenta
Das suas construções verticais
Somos pouquinho, mas somos doloridos
Somos pouquinhos
Porque o que é muito, sobra
E vira resto
Sempre sobra e vai pro lixo
E vira arma, vira mosquito
Viral, viral
Virão verões em primaveras
Cabeças cheias com o vazio de suas panelas
Documentos, históricos e sambistas com microcefalia
Não nos salvaram nesse dia
Se cumprirá a profecia com cemitério de carros alegóricos
Virão verões em primaveras
Cabeças cheias com o vazio de suas panelas
Agora, o dia é meu!
E eu dou ele pra quem eu bem quiser
Agora, o dia é meu!
E eu dou ele pra quem eu bem quiser