Nas portas desse botequim
Passaram tempos antigos
Passaram sonhos, amigos
Passaram crimes, castigos
Nas portas desse botequim
Passaram porcos e vadios
Passaram povos, pavios
Passaram os corpos vazios
Nas portas desse botequim
Passaram teias daninhas
Passaram reis e rainhas
Passaram fés, ladainhas
Nas portas desse botequim
Passaram trens e tratores
Passaram cães e tambores
Passaram bois voadores
Nas portas desse botequim
Passaram barbas, batinas
Passaram mãos assassinas
Passaram grossas cortinas
Nas portas desse botequim
Passaram quedas de braço
Passaram trevas de aço
Passaram as águas de março
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho