Tudo se conflui, quadros e sons
Tudo é sem sentido, tudo é absurdo
Eu me deito de braços abertos e
E fico olhando como o céu se transforma
Eu olho para ele de dia e de noite
Os olhos estão cheios de azul
E sinto como rompem o solo
Os finos fios de grama.
Eu quero tão intensamente ser o céu
Ele, a cada instante, é outro
Lá não é vão e não é poeirento
Nas nuvens há tanta calma
Aproxima-se do sul uma tempestade
As lágrimas do céu derramam-se aqui e ali
E as gotas caem-me direto nos olhos
Direto na boca aberta
Mas o céu quer cair
Ele perdeu a calma
O céu vê o meu mundo em sonho
O céu quer ser eu
O firmamento, escurecido ameaçadoramente
Caiu sobre mim, como uma onda
Morrendo, nascem estrelas
Mata e sobe a lua
Asteroides despencam
Não há como eles encontrarem o caminho de casa
E isso é tão parecido com a vida
Mas parece que no céu tudo é de outro jeito
Mas o céu quer cair
Ele perdeu a calma
O céu vê o meu mundo em sonho
O céu quer ser eu
Eu quero decolar como um pássaro
Para a liberdade de uma cripta musgosa
Nos quintais uma fogueira se diverte
Elevam-se faíscas para o céu
Eleva-se para o céu fumaça
Eleva-se vapor quente
E poderia me elevar com eles
Para este céu, onde tudo é diferente
Mas o céu quer cair
Ele perdeu a calma
O céu quer deitar na terra
De braços abertos na grama
O céu quer ser eu