De noite pelas calçadas
Andando de esquina em esquina
Não é homem nem mulher
É uma trava feminina
Parou entre uns edifícios, mostrou todos os seu orifícios
Ela é diva da sarjeta seu corpo é uma ocupação
É favela, garagem, esgoto e pro teu desgosto
Esta sempre em desconstrução
Nas ruas pelas surdinas é onde faz o seu salário
Aluga o corpo há pobre, rico, endividado, milionário
Não tem Deus
Nem pátria amada
Nem marido
Nem patrão
O medo aqui não faz parte do seu vil vocabulário
Ela é tão singular
Só se contenta com plurais
Ela não quer pau
Ela quer paz
Seu segredo ignorado por todos ate pelo espelho
Mulher
Tem sempre um homem para uma mulher mas há 10 mulheres para cada homem
E uma mulher é sempre uma mulher
Ela tem cara de mulher
Ela tem corpo de mulher
Ela tem jeito
Tem bunda
Tem peito
E o pau de mulher!
Afinal
Ela é feita pra sangrar
Pra entrar é só cuspir
E se pagar ela da para qualquer um
Mas só se pagar eim! Que ela da viu para qualquer um
Então eu
Bato palmas para as travestis que lutam para existir
E a cada dia conquista o seu direito de viver e brilhar
Batão palmas para as travestis que lutam para existir
E a cada dia batalhando conquista o seu direito de
Viver, brilhar e arrasar(8x)
Ela é amapô de carne osso silicone industrial
Navalha na boca
Calcinha de fio dental