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Morte e Vida Severina - Canto 14
Morte e Vida Severina - Canto 14
turnover time:2024-11-09 11:31:34
Morte e Vida Severina - Canto 14

APARECEM E SE APROXIMAM DA CASA DO HOMEM VIZINHOS, AMIGOS, DUAS

CIGANAS, ETC

— Todo o céu e a terra

lhe cantam louvor.

Foi por ele que a maré

esta noite não baixou.

— Foi por ele que a maré

fez parar o seu motor:

a lama ficou coberta

e o mau-cheiro não voou.

— E a alfazema do sargaço,

ácida, desinfetante,

veio varrer nossas ruas

enviada do mar distante.

— E a língua seca de esponja

que tem o vento terral

veio enxugar a umidade

do encharcado lamaçal.

— Todo o céu e a terra

lhe cantam louvor

e cada casa se torna

num mocambo sedutor.

— Cada casebre se torna

no mocambo modelar

que tanto celebram os

sociólogos do lugar.

— E a banda de maruins

que toda noite se ouvia

por causa dele, esta noite,

creio que não irradia.

— E este rio de água, cega,

ou baça, de comer terra,

que jamais espelha o céu,

hoje enfeitou-se de estrelas.

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