O ser humano se acostuma a tudo
E certamente eu irei
Se deus quiser, se deus quiser
E fingir
Que isso não me fere
Quando você me afasta
Para ao menos guardar
O que pode ser guardado
Não te pergunto com quem
Você passa toda noite
E por que não dormimos como antes
Não deixar o ódio vencer
E quebrar tudo
Quando você chega da casa dela, de manhã
Bem vindos, meus amigos
A nossa modesta encenação
Vocês têm convites
Na cidade é melhor
Abram o champanhe
Vamos nos embriagar
E tirarmos nossas roupas
E ainda assim permanecerão nossas máscaras
E fingir
Que não te escuto
Quando você me diz algo ruim
Para ao menos guardar
O que pode ser guardado
Não amaldiçoar o dia
Em que te disse “sim”
Aos teus filhos a quem dei à luz
E curtir com todo mundo
Não ficar nervosa
Por te ver com outra mulher