Ela dançava a noite
Na sua bainha negra
A Baiana da Joliette *
Escura diva de todos os presidiários
Que sejam albeneses ou gregos
Deusa dos mares
Frias das ondas verdes
Que batem as falésias cinzas
A canção conhecida das pequenas ilhas perdidas
Até as noites infinitas dos campos de gelo
Refrão
Mas são histórias
Que conta nas paradas
Um marinheiro em fuga
Que mudou de nome
Mas são canções
De cordas e lona
Mistériosas e fatais
Resgatadas dos tufões
Maria Bonita
Olhar mineral
Gostava de brincar com metáforas
Num portugûes que sempre cantava
A magia negra de Salvador
Os homens calavam
Um silêncio pesado
Inebriante perfume da morte
O olhar perdido perto das grandes docas nuas
Os sonhos e as cidades de ouro
Mas são histórias
Que conta nas paradas
Um marinheiro em fuga
Que mudou de nome
Mas são canções
De cordas e lona
Mistériosas e fatais
Resgatadas dos tufões
Maria Bonita
Na sua bainha negra
A lenda da Joliette
Podia nos lançar com uma voz quebrada
Um feitiço além das tempestades
As vezes seu sorriso
Carregado de desejo
Deixava u marinheiro
Na praia
Marselha sabia
Que os que ficavam
Um dia próximo
Naufragariam
Mas são histórias
Que conta nas paradas
Um marinheiro em fuga
Que mudou de nome
Mas são canções
De cordas e lona
Mistériosas e fatais
Resgatadas dos tufões