Mouraria1 garrida
Muito sacudida
Muito requebrada
Com seu tom de galdério
O seu ar de mistério
De moira encantada.
É como um livro de novela
Onde o amor é tudo
E o ciúme impera
Ao abrir duma janela
Aparece o vulto
Daquela Severa.2
A marcha da Mouraria
Tem o seu quê de bairrista
Certos laivos de alegria
É a mais boémia
É a mais fadista.
Anda toda engraçada
De saia engomada
Blusinha de chita
É franzina pequena
Gaiata morena
Cigana bonita.
Tem a guitarra pra gemer
Um amor submisso
Que nunca atraiçoa
Este bairro deve ser
Ainda o mais castiço
Da nossa Lisboa.
A marcha da Mouraria3
Tem o seu quê de bairrista
Certos laivos de alegria
É a mais boémia
É a mais fadista.
A Marcha da Mouraria
Tem o seu quê de bairrista
Certos laivos de alegria
É a mais boémia
É a mais fadista.
A marcha da Mouraria
Tem o seu quê de bairrista
Certos laivos de alegria
É a mais boémia
É a mais fadista.
1. Bairro tradicional da cidade de Lisboa2. Severa foi mítica cantora portuguesa, suposta criadora do fado lisboeta.3. Uma das marchas populares que entre no desfile na noite da véspera do Dia de Santo António, celebrado a 13 de junho.