Lisboa, já te vi da outra margem:
Penélope deitada à beira-Tejo
Esperando que ele regresse de viagem,
Tecendo ponte a ponte o teu desejo.
Ele é o teu eterno marinheiro,
A alma aventureira em movimento;
O que pensando em ti, partiu primeiro
E navegou por ti além do vento!
Sonhaste essa paixão desde menina,
Cumpriste o teu bordado de mulher,
Arredondaste o seio da colina
Molhaste os pés num mar a acontecer...
Ele vai olhar-te assim, entrando a barra
Tu já ergues a barra da camisa
E, vendo a tua anca da guitarra,
Ulisses te possui e te batiza!