É uma estrada no céu silenciosa
um anão sem ninguém que o suspeite
é um braço pregado a uma rosa
um mamilo escorrendo leite
São edénicos anjos expulsos
sonhando quietude e distância
são homens marcados nos pulsos
é uma secreta elegância
São velhos demónios ociosos
fitando o céu bailando ao vento
são gritos rápidos, nervosos
que destroem todo o pensamento
É o frio deserto marinho
operando na escuridão
é o corpo que geme sozinho
é a veia que é coração
São aranhas jovens, pernaltas
arrastando embrulhos para o mar
são altas colunas tão altas
que o chão ameaça estalar
São espadas voantes são vielas
passeios de todos e nenhuns
são grandes rectas paralelas
são grandes silêncios comuns
É uma edição reduzida
das aras da história sagrada
é a técnica mais proibida
da mágica mais procurada
É uma estrada no céu silenciosa
por um domingo extenso e plácido
é um anoitecer cor-de-rosa
um ar inocente, ácido