Em nosso velho prédio amarelo
as conversas parecem se encontrar
todos falam que você é gélida
E quando te veem você está sempre só
e você nem vem falar com a gente
você é tão linda e tão enjoada
E eu não sei quem é louco
de cair na sua
quando falta algo na sua cabeça
Não me deixo levar frequentemente
e sei bem onde é o meu lugar
e esse lugar é ao seu lado
e eu sou outra vez o louco
de cair na sua
porque apenas eu é o que falta na sua cabeça
Vou me vestir todo de branco, limpo,
branco, transparente pelo corpo
e os seus olhos, seus olhos negros
vão me ver ardendo
Vou colher duas rosas de maio
rosas que te enfeitem o cabelo
vou convocar músicos para nessa noite
nos seguirem pela cidade
Nem gélida, nem enjoada
você vai ser
até o amanhã você vai
beber dos meus lábios