Tens papel higiénico colado ao cu
da última cagada tens caca entre as pernas
tens sangue incrustada entre os cabelos da cona
menstruação coagulada tens regras entre as pernas...
e sinto muito e sinto muito e sinto muito...
mas teremos de nos conformar a não poder nos lavar
há seca
há seca na região
um trágico racionamento de água
e os porcos morrem nas granjas
e os avós desidratam-se
os sapatos lambuzam-se de cimento pelas calçadas
e agora teremos de nos conformar
a sofrer a cara suja do amor...
e sinto muito e sinto muito e sinto muito...
mas se calhar agora saberás que eu te quero igual
pulcramente perfumada ou a ter pus entre as pernas
preciso tanto do teu corpo como tu do meu
somos como duas cagadinhas
tu e eu somos como cu e merda...
e sinto muito e sinto muito e sinto muito...
mas assim são e estão as coisas
um dia frescas e um dia secas
há seca
há seca na região
há amores que são como retretes
entupidos por falta de água
e vem cá abraça-te e achega-te
e abramos entre os dois a tampa
olha para o fundo do vaso
olha para o fundo há uma caca
a grande cagada do amor...
e sinto muito e sinto muito e sinto muito
e sinto muito e sinto muito e sinto muito