A música fez rolar tempos exóticos
A dona do primeiro andar entendeu o ritmo
Começou a dançar lal la la la
Sobres ares tropicais
E o grande prédio de luxo dançou o samba
E o grande prédio de luxo dançou o samba
O prédio do lado, que tem o sentido crítico
Sendo estandardisado pelos gerentes de nível médio
Foi logo contaminado pelo ritmo excêntrico
Desligou a TV e dançou o samba
Os pobres que moravam na cidade de urgência
Cuja insonoridade coloca logo na atmosfera
Estavam acostumados a seguir as cadências
E a cidade toda dançou a samba
Uma música morta, impotente e estática
Transpirava através do teto muito aristocrático
Mas a felicidade autêntica subia do fundo
Senhor Diretor tomou suas disposições
Então os policiais da repressão rítmica
Que somente conhecem o balanço do cacete
Os ouvidos tapados por enormes vidros
Acharam um responsável e fizeram a obra deles
Mataram o guitarrista, quebraram os dedos dele
Proibiram sua música, vigiaram alguns meses
Mas no fundo das memórias sobre suas brocas
Os companheiros da fábrica gravaram a canção