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La domenica delle salme [Portuguese translation]
La domenica delle salme [Portuguese translation]
turnover time:2025-04-21 00:12:51
La domenica delle salme [Portuguese translation]

Tentou fugir num bonde

Lá pelas seis da madrugada

Com a garrafa de água de cevada

com a qual sobrevivia toda Milão.

Nao foi difícil segui-lo,

O poeta do velho asilo da Baggina,

pois a sua alma ainda acesa

gerava luzes de lanterninhas.

Incendiaram o seu leito

Na estrada do Trento,

Conseguiu salvar apenas a sua barba

Um sabiá-de-peito-laranja assim valente.

Os polacos não morreram rapidamente

E, ajoelhados em frente aos últimos semáforos,

Imitavam os truques das vagabundas

que passeavam em frente ao mar.

Os traficantes de sabonete

Viravam a barriga para o leste

Aquele que chegava aos noventa

Era dispensado do noventa-e-um.

O mono do quarto Reich

Dançava uma polka sobre o muro,

Enquanto se equilibrava lá em cima

Observamos claramente o seu cu.

A pirâmide de Keops

devia ser reconstruída naquele dia festivo

Bloco por bloco,

Escravo por escravo,

Comunista por comunista.

No domingo dos falecidos

Não se ouviram fuzilados:

O gás exilariante

Salvaguardava as estradas.

O domingo dos falecidos

levou embora todos os pensamentos

E as rainhas do ‘a culpa é tua’

Atacaram os cabeleireiros.

Na ensolarada prisão deste país

O Segundo segundinho

Disse ao ‘bigodão ensebado’ que tratava-se do primeiro

E que poderia fazer no dia seguinte, cedinho,

Com que enviassem mensageiros a cavalo e um asno

Para anunciar a amputação da perna

De Renato Curcio, o carvoeiro.

O ministro da pasta das tempestades

Numa exultação de trombones

Aguardava a democracia

Com a toalha sobre as mãos

E as mãos cobrindo as pelotas.

Quero viver numa cidade

Na qual, à hora do aperitivo,

Nao haja derramamentos de sangue

Ou de detergentes.

Tarde da noite eu e meu ilustre primo Oswald De Andrade

éramos os últimos cidadãos livres

Nesta famosa cidade civilizada

Porque tinhamos um canhão no patio

Um canhão no nosso pátio.

No domingo dos falecidos

Ninguém se machucou

Todos seguiram o féretro

Do defunto ideal.

No domingo dos falecidos

Ouviam-se cânticos,

Como é bela a juventude,

Nao queremos mais envelhecer.

Os últimos passantes

Recolheram-se às catacumbas

Ligaram a TV e nos viram cantar

Durante uma meia-horinha

Depois nos mandaram à merda.

Vocês que cantaram pululando

Com o piano a tiracolo,

e fantasiados de Pinóquio.

Vocês que cantaram para os calabreses

E para os centrais

Pela Amazônia e pela grana

Nas casas de Armani

E entre os freis maristas

Vocês com suas vozes poderosas

Línguas alienadas e batendo tambores

Voces com suas vozes potentes,

Vão tomar no cu.

No domingo dos falecidos

Os adeptos da nostalgia

Acompanharam com flautas

O cadáver da Utopia.

O domingo dos falecidos

Foi um domingo como tantos outros

No dia seguinte havia sinais

De uma paz aterradora.

Enquanto o coracao da Itália

De Palermo até Aosta

inchava-se num coro

Vibrante de protestos.

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Fabrizio De André
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  • Languages:Italian, Ligurian, Italian (Medieval), Sardinian (northern dialects)+5 more, Neapolitan, Romani, Sardo-corsican (Gallurese), Sardinian (southern dialects), Spanish
  • Genre:Singer-songwriter
  • Official site:http://www.fondazionedeandre.it/index.html
  • Wiki:https://it.wikipedia.org/wiki/Fabrizio_De_Andr%C3%A9
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