Eu nunca fui o homem que sou
Mesmo que eu não faça senão ser eu mesmo
Quem sabe realmente quem eu sou?
Que nem sempre soube dizer eu amo-te
Eu nunca fui o homem que dizem ser
Que não sabe inspirar confiança
Por muitas vezes se abrigar
Esconder-se sob aparências
Sob silêncios
Eu nunca fui o homem que dizem ser
Mesmo que eu não faça senão ser eu mesmo
Apesar de todos os caminhos que tenho seguido
Eu nem sempre soube dizer obrigado
Eu nunca fui o homem que sou
Mesmo que eu tenha apanhado comboios para nada
Que me fizeram atravessar a vida
E que me fizeram ser alguém
O homem em que nos tornamos
Eu nunca fui o homem que sou
Mesmo que eu não tenha feito mais do que ser eu próprio
Quem conhece realmente aquilo que dizem
Quem nem sempre soube dizer eu te amo
Eu nunca fui o homem que sou
Que pensam ser sedento de conquistas
E de quem se espera a derrota
Embora ele não tenha certeza de nada
Um homem nem mais nem menos
Perdoa-se a vossa falta de jeito?
Perdoam-se os vossos erros?
Perdoa-se a vossa juventude?
Perdoa-se a vossa felicidade?
De ter sido o tempo de uma vida, um homem
O homem que eu sou
Perdoam-se as palavras que magoam?
Perdoam-se os vossos ressentimentos?
Perdoa-se a vossa fraqueza?
Perdoa-se por ter tido medo?
De não ser o tempo de uma hora, um homem
O homem que eu sou