Cheia de penas, cheia de penas me deito
E com mais penas, com mais penas me levanto,
No meu peito, já me ficou no meu peito,
Este jeito, o jeito de te querer tanto.
Desespero, tenho por meu desespero,
Dentro de mim, dentro de mim o castigo,
Não te quero, eu digo que não te quero
E de noite, de noite sonho contigo.
Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver,
Estendo o meu chaile, estendo o meu chaile no chão,
Estendo o meu chaile e deixo-me adormecer.
Se eu soubesse, se eu soubesse que morrendo
Tu me havias, tu me havias de chorar,
Por uma lágrima, por uma lágrima tua,
Que alegria, me deixaria matar.
Letra: Amália Rodrigues
Música: Carlos Gonçalves