O que você faz fala alto demais
Não consigo ouvir o que você fala
Tirando uma ou duas palavras ocasionais
Uma visão sentimental enferruja1, isso me incomoda
Não sou mais rei dos caras e das minas
Passei a minha vida inteira
Procurando duro
Pelos últimos vestígios
De amor
Me abrigue agora, abrigue a minha vida
Me convide para outro dia
Uma mão pelas nuvens
Fica me derrubando
Não mereço menos do que isso
Construíram museus - não os visito
Eu já me enrasquei por conta própria demais
Na noite
Procurando duro
Procurando pela luz
Do amor
Me abrigue agora, abrigue a minha vida
Me convide para outro dia
Abrigue a noite, os caminhos do inverno
Estão chegando de novo
Canto do caos em meu coração
Em meu coração
Então chega a noite
Que faz com que a vida valha a pena ser vivida
Pondo os sapatos na luz lá de fora
Ela entra, consigo ouvi-la
1. Por extensão de sentido, do original 'sulfatar'