Eu não era nada
Mas hoje, de repente,
Eu sou o guardião
Do sono das suas noites
A quero a morrer
Podeis destroçar
Tudo o que quiserdes
Ela só terá de abrir
O espaço dos seus braços
Para reconstruir tudo
Para reconstruir tudo
A quero a morrer
Ela tem apagado as cifras
Dos relógios do bairro
Tem feito da minha vida
Galinhas de papel
Gargalhadas
Ela construiu pontes
Entre nós e o céu
E os atravessamos
Cada vez que
Não quer dormir
Não quer dormir
A quero a morrer
Teve de fazer todas as guerras
Para ser tão forte hoje
Teve de fazer todas as guerras
Da vida e o amor também
Ela vive o seu melhor esforço
Seu sonho de opalina
Dança no meio
Das florestas desenha
A quero a morrer
Ela usa fitas
Que deixa voar
Me canta muitas vezes
Que estou errado ao tentar
Impedí-las
Impedí-las
A quero a morrer
Para montar na sua gruta
Escondida sob os tectos
Devo pregar notas
Aos meus tamancos de madeira
A quero a morrer
Eu só devo sentar-me
Não devo falar
Não devo querer nada
Eu só devo tentar
Pertencer-lhe
Pertencer-lhe
A quero a morrer
Teve de fazer todas as guerras
Para ser tão forte hoje
Teve de fazer todas as guerras
Da vida e o amor também
Eu não era nada
Mas hoje, de repente,
Eu sou o guardião
Do sono das suas noites
A quero a morrer
Podeis destroçar
Tudo o que quiserdes
Ela só terá de abrir
O espaço dos seus braços
Para reconstruir tudo
Para reconstruir tudo
A quero a morrer