A Júlia florista
Boêmia e fadista
Diz a tradição
Foi nesta Lisboa
Figura de proa
Da nossa canção
Figura bizarra
Que ao som da guitarra
O fado viveu
Vendia as flores
Mas os seus amores
Jamais os vendeu
Ó Julia florista
Tua linda história
O tempo gravou
Na nossa memória
Ó Júlia florista
Tua voz ecoa
Nas noites bairristas
Boêmias, fadistas
Da nossa Lisboa
Chinela no pé
Um ar de ralé
No jeito de andar
Se a Júlia passava
Lisboa parava
Para a ouvir cantar
No ar um pregão
Na boca a canção
Falando de amores
Encostado ao peito
A graça e o jeito
Do cesto das flores.