A máquina dos discos
Engasgou-se, emudeceu...
A velha ventoínha desistiu por fim;
O tampo do balcão
Bebeu demais e adormeceu...
A mobília resiste assim, assim...
O palco sujo boceja,
O escarrador demitiu-se
Do seu cargo infeliz;
O strip-tease
Acabou há hora e meia,
Mas ainda há um tanso a pedir bis!
Un marinheiro bêbado
Ressona em dó menor,
Cansado de dançar
Um tango arrasador.
A tatuagem, dedicada à mãe
Com muito amor,
Não se percebe bem:
Perdeu a cor!
E a loira platinada,
Ainda espera agastada
Que ele se decida.
Deita-lhe o olho à carteira:
Há mais do que uma maneira
De fazer, pela vida!
O gerente desperta
Do seu plácido topor
Sem vencer, por completo,
A névoa cerebral.
Avança en zigue-zague, mira as mesas em redor
E faz a despedida habitual...
Ó malta! Toca a andar:
Ponham-se a cavar,
Que já passa da hora de fechar!
Que já passa da hora de fechar...!