Trabalhai meus irmãos, que o trabalho
É riqueza, é virtude, é vigor!
Dentre a orquestra da serra e do malho,
Brotam vida, cidades, amor...
No regaço de luxo a opulência,
Os cansaços do ócio maldiz;
Entre as lidas sorri a indigência:
Com pão negro se julga feliz!
Deus incombe ao pecado fadiga;
Até na pena sorri, paternal...
O que vence a preguiça inimiga
Reconquista o Éden terreal!
Trabalhai meus irmãos, que o trabalho
É riqueza, é virtude, é vigor!
Dentre a orquestra da serra e do malho,
Brotam vida, cidades, amor...
Cai opróbrio no vil ocioso
Que deserda o presente e o provir;
Só à noite compete o repouso,
Só aos mortos o eterno dormir!
Mar e terra, ar e céu... Tudo lida!
Deus a todos pôs nus e deu mãos;
Lei suprema o trabalho é na vida...
Trabalhar! Trabalhar, meus irmãos!
Trabalhai meus irmãos, que o trabalho
É riqueza, é virtude, é vigor!
Dentre a orquestra da serra e do malho,
Brotam vida, cidades, amor...