Por ti falo e ninguém pensa,
Mas eu digo minha amêndoa,
Meu amigo, meu irmão...
Meu tropel de ternura, minha casa;
Meu jardim de carências, minha asa...
Por ti vivo e ninguém pensa,
Mas eu sigo um caminho
De silvas e de nardos;
Uma intensa ternura que persigo,
Rodeado de cardos por tantos lados.
Meu perfume, minha essência,
Meu aroma, minha lava,
Meu lamento...
Como é possível? Como é possível
Não chegar ao cimo do teu amargo ser?
Por ti morro e ninguém sabe,
Mas eu espero o teu corpo,
Que sabe a madrugada...
O teu corpo, que sabe a desespero,
Ó minha amarga amêndoa desejada!
Ó minha amarga amêndoa desejada...