Todo dia muda-se a moda
Mas enquanto branca for a luz
Na casa duma cigana com velho baralho
Nem que um cliente pode-se encontrar.
À espera de um milagre impossível,
Ao menos um baterá à sua porta
E ela embaralha e distribui
Os seus nobres reis das cartas!
Dizer o quê, dizer o quê, afinal?
Assim são feitas as pessoas:
Querem saber, querem saber
Querem saber o que vai acontecer
Dizer o quê, dizer o quê, afinal?
Assim são feitas as pessoas:
Querem saber, querem saber
Querem saber o que vai acontecer!
Felicidade na vida, prevê a advinhação
E um golpe inesperado e fatal,
A torre indica longo caminho,
E um amor até o bater de botas!
As cartas velhas deitadas em arco
Num xale com babados nas pontas
E a cigana até mesmo chega a crer
Em seus nobres reis das cartas.
Dizer o quê, dizer o quê, afinal?
Assim são feitas as pessoas:
Querem saber, querem saber
Querem saber o que vai acontecer
Dizer o quê, dizer o quê, afinal?
Assim são feitas as pessoas:
Querem saber, querem saber
Querem saber o que vai acontecer
O tempo destrói castelos de granizo
E inunda de areia as cidades
Mas para as cartas às mãos da cigana
Os anos não significam nada
O coração se estremece, ouvindo a cartomante
E em todas as esquinas da Terra,
Sem mudarem suas expressões faciais,
Mentem os nobres reis das cartas!
Dizer o quê, dizer o quê, afinal?
Assim são feitas as pessoas:
Querem saber, querem saber
Querem saber o que vai acontecer
Dizer o quê, dizer o quê, afinal?
Assim são feitas as pessoas:
Querem saber, querem saber
Querem saber o que vai acontecer!