Uma flor cai sem fazer barulho
Sem culpa nem dor
Sem se perguntar porquê.
No sono toma forma uma ilusão
Que a vida é uma ocasião
E amanhã se oferecerá.
Muda o céu acima de nós
Não há pressa pois
Ao despertar, a escuridão se afugentará.
Entre as mãos uma novidade
A minha dignidade
Como neve branca o sol brilhará.
Aqui regressaremos
Folhas brancas no gelo nuas e sem peso
Aqui encontraremos
Fechado numa gaveta um outro sonho rendido
Sem se perguntar porquê
Ontem estava e hoje não está.
Ligeiro como uma mudança de estação
Tem vontade de recomeçar
Sendo que pouco bastará.
É como se nunca tivesse acontecido
A beleza de um início
Parece nunca terminar.
Muda o céu acima de nós
Não há pressa pois
Ao despertar, a escuridão se afugentará.
Entre as mãos uma novidade
A minha dignidade
Como neve branca o sol brilhará.
Aqui regressaremos
Folhas brancas no gelo nuas e sem peso
Aqui encontraremos
Fechado numa gaveta um outro sonho rendido
Sem se perguntar porquê
Ontem estava e hoje não está.
Como folhas rendidas
Sem mais defesas
Apesar do vento estão ainda penduradas
Gemas agora abertas
Veias de água e luz
Esperando o sol enquanto o céu se silencia.
Aqui regressaremos
Folhas brancas no gelo nuas e sem peso
Aqui encontraremos
Fechado numa gaveta um outro sonho rendido
Sem se perguntar porquê
Ontem estava e hoje não está.