Quando acorda um dia
E sente que não pode mais,
Que no nome daquele lá em cima
Sua vida estão a moldar,
Se sente que o medo está em seu pé
Por ser um plebeu e justiça querer,
Se você se rende, irmão, por você mesmo nunca pensará
Quando vão te pedir
Os dízimos no fim do mês
E a santa inquisição
Te "convida" a se confessar
Por isso, amigo, erga sua voz
Diga que nunca pediu a opinião
E se é verdade que existe um deus
Que trabalha de sol a sol
Levante-se
Erga seus punhos e venha
À festa pagã
Na fogueira você beberá
Da mesma condição
Não é o povo, nem um senhor
Eles têm o clero
E nós temos nosso suor
Se não há pão para os seus
E o abade está muito gordo
Se sua virgem se veste de ouro
Tire a roupa dela
Como vão silenciar
O pintassilgo ou o canário
Se não há prisão nem túmulo
Para o canto libertário
Levante-se
Erga seus punhos e venha
À festa pagã
Na fogueira você beberá
Da mesma condição
Não é o povo, nem um senhor
Eles têm o clero
E nós temos nosso suor [x2]