Trago nos pulsos, tatuados,
Dois pardais de asas abertas;
Eles sabem dos meus fados,
Das minhas noites desertas...
Nasceram nas minhas veias
Dum desejo de voar,
Da chama duma candeia,
Duma janela sem ar...
Trago nos pulsos, tatuados,
Dois pardais de asas abertas;
No meu ventre, desenhada,
Uma ruela deserta!
[Instrumental]
Nas minhas costas, feridas,
As asas do céu vão rotas;
Chegou ao seu rumo, perdidas,
Fingendo não ter derrotas...
Trago nos pulsos, tatuados,
Dois pardais de asas fechadas:
Eles cantam os seus fados
Na minha alma cansada!