A minha velha casa,
Por mais que eu sofra e ande,
É sempre um golpe de asa
Varrendo um Campo Grande.
Aqui no meu país,
Por mais que a minha ausência doa,
É que eu sei que a raiz
De mim, está em Lisboa!
A minha velha casa,
Resiste no meu corpo
E arde como brasa
Num corpo nunca morto.
A minha velha casa,
É o regresso à procura
Das origens da ternura,
Onde o meu ser perdura.
[Refrão:]
Amiga amante,
Amor distante!
Lisboa é perto,
E não bastante.
Amor calado,
Amor avante,
Que faz do tempo
Apenas um instante!
Amor dorido,
Amor magoado
E que me dói no fado!
Amor magoado,
Amor sentido,
Mas jamais cansado...
Amor vivido:
Meu amor amado!
Um braço é a tristeza,
O outro é a saudade
E, as minhas mãos abertas,
São chão da liberdade!
A casa à que eu pertenço,
Viagem para a minha infância,
É o espaço em que eu venço
O tempo e a distância.
E volto à velha casa,
Porque a esperança resiste
A tudo quanto arrasa
Um homem que for triste!
Lisboa não se cala
E, quando fala, é minha chama!
Meu Castelo, minha Alfama,
Minha pátria, minha cama...
[Refrão:]
Amiga amante,
Amor distante!
Lisboa é perto,
E não bastante.
Amor calado,
Amor avante,
Que faz do tempo
Apenas um instante!
Amor dorido,
Amor magoado
E que me dói no fado!
Amor magoado,
Amor sentido,
Mas jamais cansado...
Amor vivido:
Meu amor amado!
Ai, Lisboa! Como eu quero...
É por ti que eu desespero!