Eu era a rosa dourada do sol;
Chuva de vinho, bolha de amor.
E meu palácio foi a juventude:
quando cantava eu, sonhavas tu...
Tinha a glória! Tinha a tua devoção!
E me senti querida,
mimada pela vida;
cega de delirante ilusão.
Ária de amor!
Enquanto aplaudem atrás da cortina,
ao pôr-do-sol, morre o velho deus.
Ária de amor!
Uma quimera... uma canção...
Que a vitória é grande
e Europa... grande...
Ai!
Grande o destino é hoje!
Envenenada...
Envenenada pelo amor...
Envenenada...
Envenenada pelo amor...
Eu era a diva daquela nação,
grandes teatros preenchia a minha voz:
e meu palácio, tão formoso ontem,
de saudade e mármore estava depois.
A decadência... A solução final...
Entre as mil bandeiras, cruzes e caveiras,
símbolos de quimeras...
Te perdi.
Ária de amor!
Enquanto aplaudem atrás da cortina,
ao pôr-do-sol morres, velha Europa:
Só!... Ah, louca e afundada!
Ah!
Por que está tão escuro aqui?
Por que esta escuridão?
Eu estou desperada!
Eu estou ébria... ébria de amor!
Ouço as bombas; águias do terror...
E sonho na escória
que envolve a tua figura
e me refugio no álcool...
Ária de amor!
Uma quimera!
Ária de amor!
Uma quimera... uma canção...
Que a vitória é grande
e Europa... grande...
Ai!
Grandes ao final, tu e eu!
Envenenada...
Envenenada pelo amor...
Envenenada...
Envenenada pelo amor...